Na faixa de 5 a uns 10 anos, eu sonhava com brinquedos, casas em árvores, em brincar na água. Eu não me importava quantos pares de sapatos eu tinha, nem quantas peças de roupas. Tudo que eu queria eram as ‘lindas’ bonecas pra poder brincar. Tudo que eu queria eram árvores, terra, ar, sol e outras crianças pra correr comigo; pra sorrir comigo. E quando não tinha sol, assistia um desenho qualquer que me desse sonhos de aventuras e no fim do dia ouvia histórias e recebia cafunés da melhor bisavó do mundo. [Que saudade]
Por volta dos 11, 12 13, as bonecas ainda importavam, as brincadeiras durante o dia, durante a noite, Os melhores passeios ainda eram aqueles das manhãs de domingo, por volta das 5:00, com o avô e a melhor amiga. Eu me sentia a pessoa mais segura do mundo. Tudo o que eu mais queria era a sexta-feira; passar o fim de semana na granja dos avós não tinha preço que pagasse. Dias eternos.
E vem os 14... 15; a memória começa a falhar, mas lembro que a partir daqui... A partir daqui apareceu uma coisa chamada celular; outra chamada espelho, outra chamada shopping, que na verdade sempre existiu mais eu não sabia bem o que era muito menos como se escrevia. Apareceu uma racionalidade chamada faculdade, e foi aqui que eu decidi, firmemente, uma das decisões que carrego até hoje dentro de mim. Uma decisão chamada Direito. Ah! Comecei a sentir umas coisas estranhas dentro de mim; aquela que o coração dispara, as mãos tremem, etc. O amor? Não, não um genérico dele.
16-17. Anos nada fáceis. Cada segundo que passava eu descobria uma coisa nova, ficava perdida entre achismos, definições, isso ou aquilo. Foi aqui que me ‘separei’ de 5 anos e meio de... De amizade. Foi aqui que entrei pra um inferninho chamado 2º ano A e em seguida 3º ano A. Mas foi aqui que entrei pra um dos meus sonhos, a faculdade. Direito? AINDA não! Um derivado dele. Foi aqui...
E, 18, aqui, que ganhei um diamante chamado AMIZADE. Ele tá aqui dentro. Aqui o espelho começa a querer me enganar. Aqui o guarda-roupas grita por ‘mais’. Aqui a tal da internet quer me prender. Centenas e centenas de conceitos tomam minha mente. Sentimentos que nem imaginava existir chegaram à tona. Ora confundindo, ora esclarecendo. Ora alegrando, ora entristecendo. Aproximando ou afastando. Amor?! Sinceramente, silêncio responde. E vem aquela coisa de gostar, ilusão e APRENDIZADO. A gente sempre supera. (rsrs)
E o agora, 19. Descobertas, aperfeiçoamentos... 1 dose de frieza e 3 de sensibilidade. Escrita, escrever, escritora. Aqui eu to aprendendo a ser forte. A me controlar, me superar. Talvez esse seja meu maior desafio. Aqui eu senti a maior certeza da minha vida, que eu não posso e não consigo viver longe da presença de Deus.
Aqui eu vou aprendendo a tirar um sorriso quando choro. Vou aprendendo que tudo sempre passa. Que ou você se controla pra sorrir ou as lágrimas e a dor tomarão conta de você. Aprendendo a sempre voltar à infância pra vida ficar bonita.
Aqui continuo caminhando. Aprendendo a viver. Aprendendo a aprender.
Nielly Paz